sexta-feira, 26 de março de 2010

O sentido da Páscoa - Parte I


A palavra PÁSCOA significa "passagem", tanto para os judeus quanto para os Cristãos.

No sentido Judaico, a Páscoa (Êxodo 12:18,19; 13:3-10) é a comemoração da saída do povo de Israel da escravidão do Egito. Começa no décimo quarto, à tarde- isto é, no princípio de décimo quinto dia de Abide ou Nisã, com a refeição sacrificial, quando um cordeiro ou um cabrito inteiro era assado e comido pelos membros duma família com ervas amargas e pães ázimos (sem fermento); nessa ocasião o chefe da família contava a história da redenção do Egito. Os sacrifícios significavam expiação e dedicação; as ervas amargas faziam lembrar da amargura da servidão egípcia; os pães ázimos simbolizavam a pureza (Lev.2:11).

Para os cristãos (católicos e protestantes) a Páscoa simboliza a morte vicária (substitutiva, ou seja, Jesus morreu em nosso lugar para nossa redenção) de Cristo, bem como a promessa de ressurreição e 2a vinda (parousia). Segundo a fonte da Internet (www.zog.com.br) "em 325 d.C., o Conselho de Nicea, composto por membros da Igreja católica, criou a Tabela eclesiástica, baseada na "Lua Eclesiástica", imaginária. Na verdade, o Dia da Páscoa, e o primeiro Domingo depois da Lua Cheia Eclesiástica que ocorre após 21 de março, dia do Equinócio, que é quando o sol passa por sobre a linha da Equador. A Quarta-feira de cinzas acontece 46 dias antes da Páscoa, portanto, a Terça-feira de Carnaval, último dia da festa pagã antes da quaresma."
Fica uma questão central: Qual o seu verdadeiro significado religioso e político da páscoa para hoje ?

Quando partimos destes pressupostos teológicos, podemos afirmar que:

1. A Páscoa tem o sentido de libertação. O maior ato de injustiça é a forma com que um ser humano subjuga o seu semelhante, através da escravidão. Hoje existem várias formas de escravidão: o salário mínimo; a obscuridade dos gastos públicos, bem como prestações de contas duvidosas (Quem sabe que com a Lei de Responsabilidade Fiscal isto possa ser modificado ?), a corrupção e impunidade nos altos escalões do Governo, a ganância pelos juros dos empresários sonegadores e corruptos, etc. Diante da falta de responsabilidade social dos líderes judeus de sua época, Jesus afirmou: "Em verdade vos digo que, quando o fizestes (injustiça social) a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" Mat.25:40. E o destino destes que escravizam é o "fogo eterno". Mas aos pequeninos, disse Jesus: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." João 8:32

2. A Páscoa tem o sentido de ressurreição. Jesus disse que ele mesmo é a ressurreição e a vida (João 11:25). A ressurreição hoje é a possibilidade do operariado sair de seu flagelo social e ter uma condição digna de sobrevivência e quando as distribuições de riquezas são mais justas. Se nós pudéssemos reduzir a população do mundo inteiro a uma aldeia de 100 pessoas, mantendo as proporções de todos os povos existentes no mundo, esta aldeia seria composta desta forma: 57 asiáticas; 21 europeus; 14 americanos (América do Norte e Sul); 8 Africanos, 52 mulheres; 48 homens; 70 não seriam brancos; 30 seriam brancos; 70 não seriam cristãos, 30 seriam cristãos, 59% da riqueza no mundo seria possuída por 6 pessoas e todas elas seriam norte-americanas; 80 morariam em casas sem nenhuma condição de habitação, 50 sofreriam de desnutrição, 1 estaria para morrer, 1 estaria para nascer, 1 possuiria um computador, 1 teria concluído o curso superior. Para e pense sobre isto.

3. A Páscoa tem sentido de renovação. A Páscoa não é uma liturgia fúnebre, mas a Celebração da Vida e da Esperança Cristã. Jesus veio ao mundo para que tivéssemos vida e vida em abundância (João10:10), bem como vida eterna (João 3:16) "Se alguém está em Cristo, uma nova Criatura é, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo" II Cor.5:15. Renovação hoje, significa condições mínimas de educação, saúde, trabalho e habitação.


Nossa conclusão é uma oração: "Ó Senhor, nosso Deus, dá-nos a graça de te desejar com todo o nosso coração; e que o nosso desejo nos leve a buscar-te e a encontrar-te; e que, encontrando-te, possamos amar-te. E que, amando-te, possamos odiar aqueles pecados de que nos redimistes." Santo Anselmo.

© Copyright 2001 - Prof. Vanderlei de Barros Rosas - Professor de Filosofia e Teologia. Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil; Pós-graduado em Missiologia pelo Centro Evangélico de Missões; Pós-graduado em educação religiosa pelo Instituto Batista de Educação religiosa.

http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei6.htm

Que pensam os meus conterrâneos sobre a Páscoa ?
Somos religiosos ?
Se somos crentes porque não vivemos o dia-a-dia mediante os ensinamentos de Cristo ?

8 comentários:

  1. Anónimo26.3.10

    Religiosos sim. Claro que sim. Praticantes? se considerarem isso como o culto de ir à missa e dizer "minha culpa" e bater no peito, também somos. mas ser-se crente não é isso, pois não? Ou então sou eu que tenho andado a dormir.
    è por tudo isso que digo que se cultiva a religião e não a espiritualidade. as pessoas dizem hoje em dia o que aprendem na catequese mas não reflectem sobre as palavras... é apenas uma lenga lenga sem sentido. porque o ser ou não crente, ou religioso passa pelos actos e não pelas balelas que saem em jorros da boca de algumas pessoas. digo e sem pena nenhuma que as pessoas mais religiosas que conheço são também aquelas que à primeira oportunidade passam a perna ao/á amigo/a.

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  2. Sinceramente, sem querer ferir susceptabilidades, para mim a Páscoa é uma altura como outra qualquer.
    Acredito na vida e acredito na morte. Jesus Cristo como outro individuo qualquer viveu e morreu, à semelhança de qualquer ser humano. Foi um corajoso é verdade. Pouco são aqueles que passariam pelo que ele passou ainda mais na altura que foi...
    Quanto à religião (Católica) não gosto muito de exprimir a minha opinão. Recuso-me a defender uma igreja que tem carradas de bens e permite que grande parte das crianças do mundo passem fome...

    Recuso-me a defender uma igreja que practica a defesa de pedófilos...

    Recuso-me a defender uma igreja que não entende que os padres têm o direito a constituir familia...

    Recuso-me a defender uma igreja que inferioriza as mulheres quando diz que estas jamais poderão gerir e comandar a igreja e practicar o culto...

    Recuso-me a compactuar com cinismo, como por exemplo o que se pode presenciar em Nisa, quando vão rezar para a igreja, comungar e bater com a mão no peito e depois à saída da missa os filhos de toda a gente têm defeitos, quando têm as maiores cargas de "trabalhos" em casa...

    O amor incondicional que o DEUS em que eu acredito me ensina é bem diferente deste que se vê por ai...
    Acredito na natureza. Acredito na lei do retorno. E acredito também que para percebermos o que é o bem, temos de perceber o que é o mal, porque um só se explica argumentando contra o outro...

    Acredito que todos sabemos o que devemos fazer perante o mundo e ai, cada um tem o livre arbitrio de escolher "a que especie" de ser humano quer pertencer...eu sou feliz com a minha escolha.

    Uma Boa Páscoa Nisa e cuidadinho com a "copofonia" quando se conduz...façamos destes dias, dias felizes :)

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  3. Anónimo26.3.10

    concordo plenamente com as tuas palavrinhas que foram muito bem ditas.bem -haja

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  4. Anónimo26.3.10

    A Pascoa, tal como o Natal, são excelentes oportunidades para o convivio, para a aproximação entre as pessoas e, quem pode, deve aproveitar isso, com toda a força!!. Essa coisa da religião, do cristo, etc. etc. é outra "história", como se costuma dizer por aí "presunção e água benta cada um toma a que quer"... Cada um adoptaos valores que quer, isso ainda á livre!

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  5. Anónimo28.3.10

    Páscoa...

    - Pai, o que é a Páscoa?

    - Ora, Páscoa é ...... bem... é uma festa religiosa!

    - Igual ao Natal ?

    - É parecido. Só que no Natal comemora-se

    o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me

    engano, comemora-se a sua ressurreição.

    - Ressurreição?

    - É, ressurreição. Maria, vem cá!

    - Sim?

    - Explica lá ao puto o que é ressurreição

    para eu poder ler o meu jornal descansado.

    - Bom, meu filho, ressurreição é tornar a

    viver após ter morrido. Foi o que aconteceu

    com Jesus, três dias depois de ter sido

    crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus.

    Entendido?

    - Mais ou menos ... Mãe, Jesus era um coelho?

    - Que parvoíce é essa? Estás-te a passar!

    Coelho? Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece

    que foste baptizado! Jorge, este menino não pode

    crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos

    domingos. Até parece que não lhe demos uma

    educação cristã! Já pensaste se ele diz uma

    asneira destas na escola? Deus me perdoe!

    Amanhã vou matricular esta criança na catequese!

    - Mãe, mas o Pai do Céu não é Deus?

    - É filho! Jesus e Deus são a mesma coisa.

    Vais estudar isso na catequese. É a Trindade.

    Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

    - O Espírito Santo também é Deus?

    - É sim.

    - E Fátima?

    - Sacrilégio!!!

    - É por isso que na Trindade fica o Espírito Santo?

    - Não é o Banco Espírito Santo que fica na

    Trindade, meu filho. É o Espírito Santo de Deus.

    É uma coisa muito complicada, nem a mãe entende

    muito bem, para falar a verdade nem ninguém,

    nem quem inventou esta asneira a compreende.

    Mas se perguntares à catequista ela explica

    muito bem!

    - Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?

    - (Aos gritos no meio da casa) Eu sei lá! É uma

    tradição. É igual ao Pai Natal, só que em vez de

    presentes, ele traz ovinhos.

    - O coelho põe ovos?

    - Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu

    não aguento mais!


    - Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?

    - Era, era melhor, ou então peru .

    - Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro,

    não é? Em que dia é que ele morreu?


    - Isso eu sei: na sexta-feira santa.

    - Que dia e que mês?

    - Gaita!!!! Sabes que eu nunca pensei nisso?

    Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira

    santa e ressuscitou três dias depois, no sábado

    de aleluia.

    - Um dia depois portanto!

    - (Aos berros) Não, filho - três dias!

    - Então morreu na quarta-feira.

    - Não! Morreu na sexta-feira santa... ou

    terá sido na quarta-feira de cinzas? Ouve, já

    me baralhaste todo! Morreu na sexta-feira e

    ressuscitou no sábado, três dias depois!

    - Como !?!? Como !?!?


    - Pergunta à tua professora da catequese!

    - Pai, então por que amarraram um monte

    de bonecos de pano na rua?

    - É que hoje é sábado de aleluia, e a aldeia

    vai fingir que vai bater em Judas. Judas foi o

    apóstolo que traiu Jesus.

    - O Judas traiu Jesus no sábado?

    - Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!

    - Então por que eles não lhe batem no dia certo?

    - É, boa pergunta.

    - Pai, qual era o sobrenome de Jesus?

    - Cristo. Jesus Cristo.

    - Só?

    - Que eu saiba sim, por quê?

    - Não sei não, mas tenho um palpite que o

    nome dele tinha no apelido Coelho. Só assim

    esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido,

    não achas?

    - Coitada!

    - Coitada de quem?

    - Da tua professora da catequese !!!

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  6. Anónimo28.3.10

    ...Hó minha querida Alentejana, eu, que por um acaso da vida até gosto muito de ti e de toda a tua família, inclusivé o teu irmão Marco..., com a opinião, tua, que acabo de ler sobre a Páscoa, só posso dizer que subiste 100 pontos na minha consideração.
    No mais... Boa Páscoa e, muitas amendoas.

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  7. Anónimo28.3.10

    Não sei se cometi ou não algum "sacrilégio" mas ri que me fartei com a "prosa" do anónimo das 16.30. Obrigado por esse bocadinho,só por isso valeu a pena vir hoje ao blogue. Há coisas da vida que não podem ser levadas a sério ... :))).

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  8. Anónimo9.4.10

    SEM COMENTÁRIOS!!!!!!!!!!!

    Não pensando bem e sem querer ofender ninguem, princialmente aos que me são chegados, tenho que comentar. Ou melhor não?

    A minha consciência, que desde já esclareço que é meu problema, não me pode deixar passar por alto este assunto.

    Se estão a falar da Páscoa da Igreja Católica Romana, quero esclarecer que os que professamos a fé na Santíssima Trindade, não participamos em cultos ou somos crentes. Nos cultos e crentes são para os que não tem FÉ.

    Sim Cristo morreu e ressuscitou ao 3º dia. Dias judeus, por isso ao ser posto no tumúlo na 6ª feira antes do escurecer contar como 1 dia, sábado o 2º dia até ao escurecer e já no sábado começarem as celebrações do 3º dia, a Páscoa (passagem).

    A diferença entre a Páscoa dos católicos e dos judeus, está em que os 1ºs acreditam na existência de Jesus, seus ensinamentos e na sua passagem para se sentar à direita de Deus Pai. Os judeus admitem a existência e os ensinamentos, mas não na SUA passagem.

    Não se pode culpar a Igreja como instituíção, pelos os podres que infelizmente existem, mas o que me dizem ao incesto? Não há bom e mau em todo o lugar? Mas não é por isso que toda a podridão haja onde houver, continua no sussuro!

    A carne peca, porque o espirito não está formado, e muitas vezes por conveniência.
    Claro que não defendo os abusadores de menores, estou na fila dos que repudiam esses crimes e outros.

    Também sei que há liberdade de escolha, mas a liberdade também tem as suas regras. Há dias comentei ao meu primo sobre o assunto. Se não tivesse regras era uma anarquia. Dentro dessas regras está o respeito pela escolha que cada um faz.

    Quanto ao coelho, é um símbolo como muitos outros que existem, para facílitar a compreenção.
    O coelho pela sua natural reprodução, serviu de comparação ao aumento dos seguidores da doutrina de Cristo, quando foi instituída a Igreja no dia de Pentecostes.

    Espero que pelo menos os pais que lerem este comentário, saibam agora explicar o porquê do coelho na Páscoa.
    Quanto à proza como anedota sobre a matéria é das melhores que tenho que me passaram pelas mãos.

    Se não acreditam não ponham os vossos filhos na catequese, não se casem, não se baptizem pela Igreja, ou sejam padrinhos. Deixem que cada um faça a escolha do seu próprio destino, quando chegarem à idade em que compreendam o que querem. Mas não sejam hipócritas em relação à religião que escolherem.

    Os que fomos baptizados foi por ecolha dos pais e participação dos padrinhos, os que recebemos a Crisma nem sabiamos bem o que se estava a passar, mas quanto ao casamento sejamos honestos, se nesse momento não acreditamos, não o façamos só pela cerimónia porque se ficam com umas belas fotos. Ao fim o casamento por civil também tem direito a festa.

    Lina Maria Correia Zagalo das Neves

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